sexta-feira, 2 de março de 2012

Estado de graca - take 2!

Respiro fundo. Toda a gente diz: agora e' relaxar e aproveitar ultimas semanas de "liberdade" e "sossego". Devem estar a gozar comigo. Liberdade? com uma barriga gigante, uma bexiga em miniatura, um Cristiano Ronaldo a pontapear as costelas, e falta de ar depois de um lanco de escadas?... Sossego? Com lista de compras de ultima hora (protector do mini-colchao do mudador de fraldas, anybody??), trocas de presentes repetidos do BabyShower, lavagem dos ultimos itens adquiridos, esterilizacao das chupetas de recem-nascido, e muda de roupa para a mala da Maternidade (na mala do carro ja' h'a quase 2 meses!!!)?... Relaxar? Com a perspectiva ao mesmo tempo emocionante e assustadora do grande final que se avizinha?... Ou sera' do grande inicio?... Do final de uma vida e do inicio de outra, diferente. Uma vida em que vou ser mae. Vou ser mae de "alguem". Mesmo. Aquela que se ama e odeia, que se critica, mas que faz falta, que e' imperfeita ate' mais nao, que desperta emocoes viscerais (boas e ma's!), e que consola. Aquela a quem se culpa e se beija, a quem se idolatra e se massacra!... Desta vez sou eu. Deste lado.

Estado de graca? ou talvez nao!...

Pesada. Desconfortavel. Ansiosa. Noites mal dormidas e dias interminaveis. Levantar, cafe', trabalho, almoco, dor no hipocondrio direito, empurro-lhe o pe' pra baixo, dor, quero ir para casa, trabalho, chego a casa, sofa' (de lado), noticias, jantar, tudo no sofa' (de lado), sinto-me inutil, sof'a (de lado), discussao, cama, facebook, blog... Fartinha desta barriga e do pe' de sua excelencia na minha costela (figado?). Fartinha desta barriga e desta bexiga. Fartinha.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Que atire a primeira pedra

Emagrecer ou não, eis a questão.
Barriga lisa... ou cheia, roliça? Perna torneada... ou doce e suculenta "Baklava"?
Bem. Deixemo-nos de rimas e mergulhemos a fundo na questão.
É difícil comparar prazeres. Um reflexo no espelho saberá melhor que o bolo de chocolate daquele restaurante nepalês em Matosinhos? Será a descida de número de calças da Salsa o objectivo final? ou o olhar invejoso das que precisam de dois números acima? Será o medo da crítica o que nos motiva? E de quem?...
deles? delas?... ou de nós próprias?!
O assunto é sério e merece reflexão. Nada como uma fatia de "cheesecake" caseiro e um nespresso acabado de tirar para acompanhar tão árdua tarefa.
E quem não tiver um pneu que se veja, que atire a primeira pedra!

Há dias...

Há dia piores que outros. Começam mal, e acabam pior. Arrufo de namorados, nada de mais. Mas deixam um gosto amargo na pele, e azedam a alma...
Depois de um fim-de-semana a dois, sabem ainda pior. Destoam. Não combinam com a mobília nova do Ikea, nem com o jantar de sexta à noite. Tapas à boa moda de "nuestros hermanos", com direito a polvo, tortilha espanhola, e sangria!...
Há dias assim. Que destoam na sala de jantar castanha escura e bordeaux. Ficam mal ao lado da estátua de lava negra comprada na lua-de-mel. E não combinam com as jarras coloridas da tua avó.
Há dias...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fazes-me mal

Fazes-me mal. Mesmo ao longe. Bem longe, por sinal. Como fazes? Como consegues? Não sei. Mas fazes-me mal. Como um mau-cheiro que atravessa paredes e entranha a casa. Fazes-me mal. O teu pessimismo é contagioso, e as tuas paranóias apertam-me a garganta e a alma. Fazes-me mal. A tua voz ecoa do outro lado do oceano, mas quase posso palpar a crítica, na minha orelha. Fazes-me mal. Despertas culpa e às vezes raiva. Turbilhão de emoções que se resumem a duas: Amor e Ódio. Sempre presentes desde que deixei de ver pelos teus olhos e pensar pela tua cabeça. Desde que caiste do pedestal e te tornaste humana, vulnerável, imperfeita. Desde que percebi que não consegues por-te no lugar do outro, que adivinhas más-intenções em tudo e mais alguma coisa, e que a culpa nunca (mas nunca mesmo)é tua. Desde que descobri o maléfico efeito da tua palavra favorita ("vergonha"), e do filtro negro com que vês a vida (tua e dos outros). Fazes-me mal. Não consigo evitar. Não consigo ignorar.
Fazes-me mal. E bem, também. Eu sei. Mas hoje, mais que ontem, fazes-me mal.

Escrever "gosto"

Porque será tão difícil dizer "gosto"? E até escrever. Soletrar. Murmurar. Gosto, sim, é verdade. Mas porque dói assim tanto?... Parece que arranca de dentro, dizer, escrever. Pensar até! dói e arde, no estomâgo, na alma. Dói e mói, e custa, e não consigo! tento, pego na caneta. Olho, outra vez. Não dá. Desisto. Vou escrever-te mais tarde, noutro dia, noutra vida. Noutra língua, talvez... Vou escrever-te, ou até dizer-te! Vou gritar alto e firme. É verdade! Não duvides. Mesmo que não ouças. mesmo que não leias. Mesmo que nunca to diga. É verdade, Mamã. Gosto muito, mesmo muito, de ti.

sábado, 7 de agosto de 2010

Montanha-russa

Enjôo, naúsea, desdém. Suja, feia e podre. Amarga por dentro, rota por fora. Espelho meu quantos dias, horas, semanas. Quantos mais?... Cansada e farta, avessa, trancada. Hoje, não. Amanhã, talvez. Depende do dia... hora? lugar?
Agora, feliz. Amanhã, não me vês... Parece magia, mentira ou doidice. Má-vontade, mimo. Parece maleita, maus ares, tolice. Parece não ter fim, solução ou remédio. Parece que o faço, controlo, decido. Que é minha culpa, vontade, opção. Hoje, abraçar-te. Amanha, não... Parece que vivo. Mas definho, sofro e mirro.